quarta-feira, 24 de abril de 2013

O doce sabor amargo da Ilha de Páscoa.

Segundo treino na ilha de Páscoa. Para compensar o treino anterior, de difíceis condições climáticas, o dia amanheceu lindo, com pouco vento e um céu azul. Um sol bonito, mas nada de calor.

Saindo para correr
Saindo do hotel para iniciar a corrida
Em Hanga Roa, capital da Ilha de Páscoa só amanhece às 08:30 (10:30 hora do Brasil). Antes disso é um breu absurdo porque quase não há iluminação pública e nem todas as casas tem luz elétrica. Acordávamos e ficávamos esperando o dia nascer para sair.

Desta vez resolvemos quebrar o treino para apreciar o lugar que é sensacional. No primeiro trecho fomos até Vinapu, que tem uma vista maravilhosa. 


Parte do trecho mais fácil. Apesar de ser uma subidinha, é asfalto.

Pegando a entrada para Vinapu

Outro terreno. Apesar de ainda ser asfalto, tinha muita pedrinha solta.
Fomos em um ritmo leve sentindo os aromas, respirando ar puro e devorando a paisagem. Quase não vimos pessoas, mas quando cruzávamos com alguém, especialmente locais, eles nos acenavam. 

É bacana correr em diversos terrenos. Chegando em Vinapu com este marzão à minha frente
O tempo que levamos para chegar em Vinapu desde o hotel

A vista maravilhosa de Vinapu

Correr em dupla pode ser muito bom
Em Vinapu paramos um tempo para apreciar esta vista. Não estávamos com pressa. Não dá para ter pressa neste lugar. É uma natureza tão primitiva que muitas vezes causa sentimentos intensos, incluindo medo. São sentimentos que eu nem sabia que eu tinha dentro de mim. 

Deixando os sentimentos, que nem sabia que eu poderia sentir, aflorarem.
Exploramos o lugar que tem umas casas com influência inca. Estávamos sozinhos. Os únicos barulhos, além de nossa respiração, eram os feitos pela natureza. Podíamos ouvir nossos pensamentos. Não dava a menor vontade de ir embora. Mas tínhamos que partir.

Subindo de volta para pegar a estrada

É hora de começar a correr para o segundo trecho.
De Vinapu, seguimos para o Complexo Tahai. Lá existem três ahus que são as plataformas onde ficam os moais. Um dos meus lugares preferidos na ilha. Todos os dias passávamos por ali.

Chegamos no Complexo Tahai depois de pouco mais de 1h de corrida

Tentando alogar, mas toda travada.
Correr até este lugar foi uma delícia. Chegamos no Complexo para renovar as forças. Demoramos um tempo por aí também, assistindo este belíssimo dia, olhando os moais, tendo certeza que a vida aqui tem outro ritmo. Baterias carregadas, estava na hora de voltar para o hotel, porque a fome começou a pegar.

Terminado o delicioso treino

Treino concluido quase 1,5h e 14km depois.

Comi com voracidade meu café da manhã
E à tarde resolvemos fazer um cross-trainning pela ilha, com caminhada e bike para explorar outros belíssimos lugares. Nunca vi tanto lugar espetacular.
Depois de correr quase 14km, caminhamos e pedalamos.

As pernas até estavam cansadas, mas por este visual, quem liga?

Pedalamos numa pirambeira: só ladeira e pedras. Mas valeu cada minuto.
Foi um treino sensacional. Foi um dia sensacional. Mas não acabou bem. À noite, depois que jantamos, voltamos para o hotel. Um tipo entrou pela varanda, no primeiro andar, com a gente dentro e levou minha mochila. Esta mesma, a pretinha das fotos. Dentro, entre outras coisas, estava meu passaporte, cartão de crédito e o garmin. Prejuizo sentimental e financeiro. E para piorar a situação, na madrugada o sujeito voltou. Até agora a polícia nada descobriu. Por conta disso, antecipamos nossa saida da ilha. Os dias vividos por lá foram maravilhosos, mas com este último acontecimento confesso que o gosto amargo está bem forte.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Iorana, Hanga Roa, Bom Dia Brasil

A natureza em fúria, em seu estado quase bruto e em diversas nuances. Bem vindo à Ilha de Páscoa. Foi com isso que me deparei em meu primeiro treino fora do Brasil. 

Esperando o dia amanhecer

Vento furioso e chuva forte
O dia aqui amanhece tarde, por volta de 08:30 (10:30 hora do Brasil). Acordamos cedo e esperamos que o sol aparecesse. O vento vinha com força. Parecia que ia sair levando tudo o que encontrasse pela frente. O barulho que fazia era intenso, um ronco violento. Dava medo.

Avaliando as condições do tempo

Era hora de ir. Vamos enfrentar a natureza, nos misturar com ela, deixar que elas no leve, sentir. Apenas isso: sentir toda sua força, brutalidade, beleza.

Pré-treino. A gente se vira como pode.

Ainda bem que dava para fazer um cafezinho no quarto.
Foi uma corrida difícil, mas o melhor treino que já fiz na vida. Correr por terrenos irregulares, com chuva de pingos grossos, um vento tão absurdo que era quase impossível o deslocamento. Em alguns momentos era quase uma caminhada. Ladeiras, pedras, barro, vegetação rasteira. No entanto o visual desta ilha é absolutamente impressionante. O cheiro das plantas que muda a cada passada. Os isleños cumprimentando, os moais imponentes te olhando, te vigiando, te ignorando. 

Sentir ar puro de verdade entrando nos pulmões.. Olhar os vulcões imensos, adormecidos. Chegar no alto de penhasco e ver o mar bater com força nas pedras. Foi sensacional. Corri 12km e não queria parar. Queria ver mais. Queria continuar a fazer parte desta natureza primitiva, assustadora. Queria continuar a me sentir pequena diante deste poder. 

Hanga Piko

A força da natureza
Correr com esta natureza em estado bruto foi uma experiência grandiosa. Valeu cada minuto. Qual foi o pace médio? Quem se importa, diante de tanta beleza?

O estado do tênos depois da corrida

Café da manhã merecido depois de 12Km

sábado, 13 de abril de 2013

Packing

Hummm, acho que dá para diminuir a quantidade de coisas nesta mala
Arrumando as malas. Passo a semana que vem toda fora do Brasil. Vou levar o tênis de corrida. Será a primeira vez que correrei fora do país. Ainda não sei como vai ser com questões como fuso, clima, geografia... Com certeza será uma experiência bem diferente. Estou ansiosa.

Corrida difícil
Como eu consegui correr 9km hoje? Não faço a mínima ideia. O que sei, com certeza, é que foi uma corrida difícil, cansativa, sofrida e chata. 

Rolou um complô para me quebrar. Mas eu fui guerreira e não me deixei derrubar. Fui até o final. Ainda que com sacrifício.

Tudo começou quando o despertador tocou às 5:00 da matina. O cobertou se agarrou em mim e não queria me deixar sair de jeito nenhum. Eu puxava de um lado, ele se enroscava de outro. O colchão, macio, me aconchegou de tal forma que foi uma luta conseguir me levantar.

Quando cheguei na pista o sol me deu um bom dia com um sorriso largo. Logo eu quis saber o que ele estava fazendo ali, tão sorridente. Eu não queria vê-lo não. Ele poderia voltar a dormir, atrás das nuvens, como na quinta. Ah!!!! Mas ele se mostrou saudoso e ficou comigo o tempo todo. Durante toda a corrida ele ficou ali, me olhando, brilhante e quente.

E o pior é que não foi só isso não. Os virus, os da gripe, milhares, que me acompanharam a semana inteira, se revoltaram comigo porque os acordei. Como vingança me deixaram super congestionada e eu não consegui respirar pelo nariz em nenhum momento. Somente respirando pela boca, fiquei com garganta e lábios ressecados e com sede.

Foi dureza e fiz uma corrida lenta. Mas venci a batalha e fiquei muito feliz por ter cumprido o percurso. Assim conclui meu segundo mês de treinos.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Eu rezo!


Vivo em um lugar sem lei, sem ordem. A violência tomou conta da cidade. Sem nenhuma perspectiva de que alguma coisa vá melhorar. Rouba-se de tudo: seu celular, seu relógio, seu tênis, sua paz, sua dignidade, sua tranquilidade. Quase sempre o roubo vem acompanhado de agressões: físicas  e verbais. 

Brancos, negros, pardos, orientais. Bem vestidos e mal vestidos. Podem agir durante o dia ou durante a noite. Eles estão em todo lugar: nas ruas, nos shoppings, nos mercados, nas farmácias, nas pistas de corrida e até dentro de casa. Faça chuva ou faça sol: para os bandidos não tem tempo ruim e nem mesmo feriado. São os verdadeiros trabalhadores do Brasil. Empreendedores, estão sempre inovando na forma de abordagem.

Então, o que me resta é rezar cada vez que calço o tênis para ir correr. E claro, desejar que Deus de fato exista e que ache que sou merecedora de sua proteção.


Continuo bem gripada e tive até que cair no remédio, coisa que detesto. Dormi mal mais uma vez, mas mesmo assim fui correr. Se tivesse um pingo de juizo teria ficado em casa, mas não tenho e nem sei para que serve. Calcei meu tênis e fui. O que rolasse seria lucro.

Foi uma corrida ótima. Não controlei o ritmo e percebi que quando simplesmente corro, minha corrida é muito mais agradável e até mais rápida. Deve ser porque assim deixo a ansiedade de lado.

O tempo hoje estava perfeito e isso ajudou um bocado. O sol ficou dormindo entre as nuvens e não deu as caras hora nenhuma. Havia uma brisa fresca. Terminei bem. Cheguei nos 9km, sem esforço, com um pace médio de 5'47''. Já estou achando que vou estar correndo 10km para a Tribuna em Santos.

Bom, mas não tive forças de ir para academia. Puxar ferro ficou para amanhã.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Muito suco de laranja

Estou de molho: corpo mole, nariz entupido, dor de cabeça. A gripe me pegou de jeito e passei o dia de repouso, depois de mais uma noite insone. Vitamina C, cama e rezando muito para que quinta eu já esteja boa o suficiente para poder correr.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Bom dia!

Festinha nada básica
Sábado à noite eu fui em uma festinha nada básica. Foi uma noite sensacional e estrelada e eu me diverti muitíssimo. Só que o saldo final foi uma super gripe! Estou derrubada.

Já tentou correr com o nariz entupido, o corpo mole e depois de uma noite insone (descobri que na madruga do SBT passa True Blood.)? É ruim, muito ruim! Descobri isso hoje, porque mesmo nestas condições fui correr. Ou tentar, pelo menos. Se não conseguisse caminharia um pouco, ao ar livre.

O que eu ainda estou fazendo em casa a esta hora? Levei um tempo para decidir se ia ou não.
Pois a corrida foi surpreendentemente boa. Muito melhor que a do sábado! O pior foi me entender com o nariz entupido: experiência nada agradável. De resto foi muito bom, sem muito sofrimento. Só que quando acabei suava em dobro. Tomara que todos os virus tenham sido levados embora pelo suor.

Foi o que deu para hoje.

O tempo estava fresco, com uma brisa, e o sol não deu as caras muitas vezes. No final, ainda baixei um pouquinho o pace médio e aumentei 500m em relação ao último percurso.

Escolhi, mas ainda não li nenhuma página

sábado, 6 de abril de 2013

Correr e passar mal

Saindo mais tarde do que gostaria
A corrida de hoje foi um pesadelo. Ok, não exatamente. Pesadelo mesmo foi na corrida em que me arrastei, alguns anos atrás, e que cheguei em último lugar, somente com a ambulância atrás de mim e eu quase pegando carona. Ou quando corri machucada e mancando, sentindo dores fortes durante todo o percurso, teimosa, não querendo desistir (esta ação não costuma constar em meu vocabulário). Ou mesmo quando tomei uma queda e corri os 6 quilômetros que restavam sangrando e chorando de dor. O que aconteceu hoje foi um bad dream. Mas bem ruim.

Logo quando estava completando os 2Km, comecei a sentir um treco estranho no estômago. Não sei definir o que foi, mas me deu enjoo durante toda a corrida. Um desconforto, uma vontade de vomitar. Fui dizendo a mim mesma o tempo todo: só até aquele poste, só até passar aquela pessoa, só mais uns metros. Ia desistir no 5,5 porque estava no limite, mas então encontrei Nanda, a corredora mais disciplinada que eu conheço, e fui com ela até completar 8km com pace de 5'58''. Foi um treino pior que o de quinta. Não terminei cansada ou desgastada, mas não estava ( e ainda não estou) me sentindo bem. O enjoo persiste. Agora é hidratar, me alimentar bem, respousar e esperar melhorar.

Estava cansada esta semana, então escolhi um livro tipo fast food.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Inscrita para a primeira prova do ano


Inscrita! Primeira prova do ano e a primeira em muito tempo. Ansiosa! Não sei se até lá estarei correndo os 10km. Por que então me inscrever? Estarei em Santos no fim de semana da corrida. E se não estiver correndo os 10, corro o que der. Aproveito para me divertir nesta tradicional prova do calendário brasuca.

Treino de quinta: sol, vento e calor. Temperatura em torno dos 30 graus. Eta outono quente!! 8km com pace médio de 5'57''. Confesso que com menos de 2 meses que voltei a correr, ainda não encontrei o bom e velho prazer. Por enquanto, ainda estou na fase de me acostumar e constantemente minha mente pede para parar: o que eu estou fazendo aqui, suando e passando calor??!!! Ok, faz parte e logo, logo volto à velha forma. 

Meu atual queridinho
E ainda bem que agora tenho este super querido que me protege deste sol de outono.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Prós e contras

Correr à noite tem prós e contras. À noite o meu corpo já está querendo relaxar, vendo alguma bobagem na tv. Então chego na pista mentalmente preguiçosa. Muitas vezes estou cansada fisicamente.

Flor do Caribe - minha mente querendo relaxar vendo bobagem na tv

Há vantagens: a temperatura é uma delas: está quase sempre mais amena e não há sol. E à noite eu sempre tenho companhia. Durante o dia, meus treinos são solitários. A outra vantagem é que como não tem sol posso correr de shorte e camiseta. Não preciso me cobrir toda. 

É bom correr de shorte e camiseta

E para mim, a pior desvantagem é a dificuldade de dormir. Quando corro, fico pilhada, acesa e demoro muito para dormir e às vezes tenho o sono agitado. Então no outro dia não sou ninguém. Foi o que aconteceu hoje: malhei super mal na academia e continuo cansada pela noite péssima.

Quase 01:00 da manhã e eu acesa.


Ontem corri com 3 amigos. Aproveitei que era noite para aumentar a distância. O percurso que fizemos tem uma certa dificuldade porque tem muito aclive. Demos duas voltas neste percurso e completei 9km.

Saindo para correr: treino noturno
Logo nas primeiras passadas senti o quadríceps. Havia trabalhado forte esta região pela manhã e senti levemente à noite. Depois do primeiro quilômetro, aqueci e não senti mais nada. Mas ao final, estava bem cansada, sentindo panturrilhas e coxas. 

Continuo lendo El Cartero de Neruda, mas já estou quase no fim.
Pace médio: 5'59''